Colunista
Ciência assim assado
Peter Schulz
Foi professor do Instituto de Física "Gleb Wataghin" (IFGW) da Unicamp durante 20 anos. Atualmente é professor titular da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da Unicamp, em Limeira. Além de artigos em periódicos especializados em Física e Cienciometria, dedica-se à divulgação científica e ao estudo de aspectos da interdisciplinaridade. Publicou o livro “A encruzilhada da nanotecnologia – inovação, tecnologia e riscos” (Vieira & Lent, 2009) e foi curador da exposição “Tão longe, tão perto – as telecomunicações e a sociedade”, no Museu de Arte Brasileira – FAAP, São Paulo (2010).
Como a ciência foi do papel à nuvem?
"O primeiro artigo a gente não esquece, mas já não me lembro daquele que foi o meu primeiro em que todo esse processo manual, analógico e impresso foi sendo substituído por etapas eletrônicas e digitais sem papel e correio físico"
O fetiche da novidade na ciência, o andor e o santo
Peter Schulz: "Ciência é assim, mas as notícias não lembram que o andor dela precisa ir devagar, pois os santos a serem apreciados e, por que não, venerados, são de barro. Esse tipo de divulgação da ciência esquece o mais importante: a procissão da ciência é mineira"
Dois personagens da ciência: pesquisa, Holocausto e filosofia
Peter Schulz: "No que se refere ao jogo da avaliação, Kulczycki comenta que Weigl, um cientista brilhante, era perfeccionista e habilidoso na construção de seus instrumentos científicos. Sua postura frente à publicação de artigos teria sido radical. Achava que a pesquisa consistia em fazer ciência e buscar descobertas."
Para gostar de ler artigos científicos
Peter Schulz: "É possível aprender sobre ciências (naturais) sem vasculhar os textos, ou seja, os artigos pelos quais esses cientistas se expressaram? Não só no ensino superior especializado, mas também no ensino médio?"
Em busca do clima perdido
Peter Schulz: "Aos poucos eu fui reparando que, em algumas casas de amigos da família (alemãs também), aquele conjunto de instrumentos, chamados de estações meteorológicas pessoais, se destacavam nas paredes. Mais tarde eu vi que em algumas praças centrais de cidades da Alemanha havia a versão pública das estações pessoais"
A heteronomia das universidades
Peter Schulz: A pertinência dos rankings é discutida há tempos, mas a sua contestação mais explícita é mais recente