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Comvest contempla a diversidade em coletânea publicada pela Editora da Unicamp

Candidatos indígenas durante prova realizada na cidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira
Candidatos indígenas durante prova realizada na cidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira

Desde 2019, a Unicamp vem adotando medidas para ampliar e diversificar sua comunidade acadêmica, entre as quais as cotas étnico-raciais, o Vestibular Indígena e a adoção de temáticas relevantes para essas populações em sua prova.

Neste ano, a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) passa a publicar, pela Editora da Unicamp, uma edição reformulada do seu livreto reunindo as melhores redações do Vestibular Unicamp, incluindo, pela primeira vez, textos de indígenas que prestaram o exame.

Na entrevista a seguir, Márcia Mendonça, coordenadora acadêmica da Comvest, e Luciana Quitzau, coordenadora de redação do Vestibular, detalham os princípios que nortearam as mudanças e os propósitos da prova.

Jornal da Unicamp – Qual é a importância da inclusão das redações indígenas nesse novo livro?

Luciana Quitzau e Márcia Mendonça – Em 2023, após quatro edições realizadas, o Vestibular Indígena atingiu a importante marca de mais de 3 mil inscritos, o que ampliou significativamente o número de textos produzidos. Com o exame amadurecido e um corpus de redações ampliado, entendeu-se ter chegado a hora de incluir os textos dos indígenas na publicação com as melhores redações do Vestibular. Essa publicação torna possível compartilhar com a comunidade de leitores a potência da voz dos indígenas erguida para contar a sua própria história, compartilhar os conhecimentos, opinar sobre a ciência e a política.

Esses textos mostram inequivocamente como a Universidade só tem a ganhar com a diversidade. E mostram também que os alunos indígenas chegaram para transformar tanto a sua história como a da própria Unicamp. Agora públicos, Comvest contempla a diversidade em coletânea publicada pela Editora da Unicamp esses textos chegarão não apenas até os demais membros da comunidade universitária. Eles adentrarão os muros das escolas e as salas de aula e mostrarão o que esses jovens indígenas pensam e sentem por meio de sua própria escrita, sem que intermediários falem em seu lugar.

Além disso, o livro de redações também tem o papel de apoiar a preparação dos estudantes para a prova, algo que assume uma importância ainda maior dadas as eventuais dificuldades de acesso a materiais de apoio nos diversos contextos da formação oferecida aos estudantes indígenas no Brasil.

JU – Para a Unicamp, como instituição de ensino, o quanto é relevante ter nas propostas de redação do seu Vestibular temáticas tão atuais?

Luciana Quitzau e Márcia Mendonça – A Unicamp espera que seus alunos sejam capazes de interpretar textos de diferentes gêneros, formular hipóteses e estabelecer relações, expressar-se com clareza, organizar ideias, analisar fatos e dados e sustentar argumentações. A opção por temáticas atuais é uma tentativa de fazer com que o candidato se envolva com a proposta como indivíduo e como cidadão, por meio de uma atividade de escrita que simule uma situação autêntica.

Quando convida os candidatos a opinar sobre questões extremamente atuais e socialmente relevantes, o Vestibular Unicamp permite que seu envolvimento com o texto não seja apenas burocrático. Esse é também o perfil de estudante esperado pela Universidade: um aluno que seja não apenas um bom cumpridor de tarefas, mas que se envolva com os problemas nacionais e que assuma um papel de protagonismo, sem medo de participar de discussões, sejam elas do âmbito político, cultural ou científico.

JU – Quais são os critérios para a escolha dos temas das propostas de redação?

Luciana Quitzau e Márcia Mendonça – A Comvest não impõe critérios específicos para que a banca elaboradora escolha os temas que serão tratados na prova de redação. Os elaboradores têm total liberdade para essa escolha. A comissão faz, contudo, algumas considerações: devem ser temas de interesse amplo e que convidem o candidato a interagir com eles. Dessa forma, mais importante que o tema em si é o recorte que a banca fará dele na prova. Por exemplo: os temas do Vestibular Unicamp nunca são vagos, como “trate da questão do armamento da população”, mas sempre apresentam um recorte específico.

Com esse tipo de prova, alguém pode até acertar qual seria o tema geral de uma das propostas de redação, mas isso não o ajudaria a desenvolver o recorte, que depende exclusivamente da situação de produção apresentada. Para compreender essa situação de produção, o candidato deve fazer uma leitura minuciosa da proposta em si, assim como dos textos que a compõem.


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Título: Redações 2023: Vestibular Unicamp e Vestibular Indígena 

Organização: Comvest 

Edição: 1ª

Ano: 2023

Páginas: 152 

Dimensões: 14 cm x 21 cm

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