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Cultura e Sociedade

Fotografias e xilogravuras compõem exposições na Galeria de Arte

Rostos e Ruas, do artista Leonardo Led, e Rememória, do coletivo Xilomóvel Ateliê Itinerante podem ser vistas até dia 11 de maio

A Galeria de Arte do Instituto de Artes (Gaia) inaugurou, na quinta-feira (11), duas exposições – Rostos e Ruas, do artista Leonardo Led, e Rememória, do coletivo Xilomóvel Ateliê Itinerante. O evento, organizado pela Gaia sob a coordenação do professor do Departamento de Artes Plásticas Sérgio Niculitcheff, também realizou um encontro dos criadores com o público por meio de uma roda de conversa. As exposições podem ser vistas até 10 de maio.

Rostos e Ruas apresenta um conjunto de gravuras impressas em papel e produzidas, a partir de 2014, no ateliê Grafika 3, no Jardim Maria Estela, na zona sul de São Paulo. A exposição traz como referência o contato do criador com a população de rua, o futebol, as viagens de bicicleta, a pobreza e a violência naquela região de São Paulo. O elemento principal na série de trabalhos é a figura humana, apresentada em tamanhos variados. As obras misturam referências de arte urbana, pixação, grafite e outros elementos na intenção de revelar a mistura de caos e força que os rostos cotidianos carregam no olhar.

“Eu sou professor, então eu sempre estou chamando a galera para fazer as coisas, para produzir, para ocupar os espaços públicos. Em São Paulo há vários espaços públicos de várias áreas e as pessoas nem conhecem [esses locais]. Então estou sempre nesse movimento”, declara Led.

A exposição Rostos e Ruas apresentam um conjunto de gravuras impressas em papel e produzidas, a partir de 2014, no ateliê Grafika 3, no Jardim Maria Estela, na zona sul de São Paulo
A exposição Rostos e Ruas apresentam um conjunto de gravuras impressas em papel e produzidas, a partir de 2014, no ateliê Grafika 3, no Jardim Maria Estela, na zona sul de São Paulo

Memórias e torturas

A outra exposição traz imagens da ditadura cívico-militar no Brasil – em 2024 completaram-se 60 anos do golpe. A mostra inspira-se nos conceitos de memória, verdade, justiça e desinformação, procurando resgatar as lembranças de pessoas torturadas e assassinadas durante a ditadura. A exposição tem uma proposta de criação coletiva dos retratos, por meio da técnica de xilogravura, e já realizou seis ações, a muitas mãos, dentro do campus da Unicamp.

“O primeiro ponto é essa questão da autoria coletiva, que para a gente é muito importante. Como xilomóvel, levar o ateliê de gravação para a rua, para o espaço público, também é uma ação política, é uma questão de compartilhar o conhecimento, compartilhar o acesso à arte, compartilhar o acesso à cultura”, destacou Márcio Elias, artista do grupo. “A memória entra dentro desse ateliê itinerante como um projeto de autoria coletiva. Qualquer pessoa que chega ali e que está disposta a participar torna-se um autor daquela obra. Ela entra na ficha técnica [da obra].”

A mostra inspira-se nos conceitos de memória, verdade, justiça e desinformação, procurando resgatar as lembranças de pessoas torturadas e assassinadas durante a ditadura
A mostra Rememória inspira-se nos conceitos de memória, verdade, justiça e desinformação, procurando resgatar as lembranças de pessoas torturadas e assassinadas durante a ditadura

Rememória é um projeto que se propõe a ser contínuo, com mais retratos por vir das inúmeras vítimas desse período histórico. No dia 9 de maio, às 14h, no espaço da Gaia, ocorrerá uma mesa redonda intitulada “Rememória: Ação Artística e Memória Guarani”, com Jose Neira, Luiz Medina, Erick Lemes, Keila Fernandes, Diogo Guarani e Daiana Fernandes, todos membros do Xilomóvel Ateliê. 

As exposições, que devem durar até o dia 10 de maio, ficarão abertas de segunda a sexta, das 9h às 17h, exceto  aos feriados. Outras informações sobre as mostras e sobre a galeria do Instituto de Artes podem ser obtidas no site da Galeria de Arte.

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